domingo, 8 de maio de 2016

Coraçoes ao Alto | Experiencia de Canto e de escuta



Venha participar no projecto Corações ao alto” - uma experiência de canto e de escuta, em Aljezur!

Estão abertas as inscrições até 19 de Maio através do e-mailtertulia.associacao@gmail.com, para todos aqueles que gostem de cantar mesmo que não tenham quaisquer conhecimentos de canto ou de música.

Consulte tertulia-aljezur.blogspot.pt ou a página do facebook desta associação.

Igreja da Misericórdia/Aljezur
Corações ao alto
Uma experiência de canto e escuta
Com a direcção e criação vocal de Margarida Mestre
23 a 29 de Maio
Organização da Tertúlia-Associação sócio-cultural de Aljezur
Inserido no DiVaM – Programa de Dinamização e Valorização dos Monumentos da Direcção Regional da Cultura do Algarve

Dia 23 a Dia 27 de Maio (ateliers-ensaiosde 1h30m,das 18h00 às 19h30, com a participação da comunidade mediante inscrição prévia,)
Ensaio geral no dia 28 de Maio às 15h00
Dia 28, Sábado - apresentação às 17h30
Dia 29, Domingo - apresentação às 11h30
Duração da peça vocal a apresentar -30 minutos

Aljezur, tal como outros locais no Algarve, foi ponto de confluência de várias culturas (a confluência entre o Oriente e o Ocidente, o Islamismo e o Cristianismo). Ainda hoje o é com uma população estrangeira residente e não-residente bastante grande e com credos diferenciados - catolicismo, protestantismo, budismo, entre outros.
Esta peça para CORO, com cerca de 30 minutos, será interpretada por todos aqueles que queiram participar celebrando musicalmente um encontro de culturas. Todos aqueles que residam de forma permanente ou temporária no concelho de Aljezur,Monchique, Lagos, Odemira, Vila do Bispo ou outros concelhos, e gostem de cantar(mesmo que não tenham experiência na área) estão convidados a fazer parte do grupo que irá interpretar uma partitura musical sem palavras, partitura que joga com as intensidades, durações e polifonias de diversas celebrações religiosas. A participação está aberta a adultos, jovens e crianças maiores de 8 anos.
Os ensaios e as apresentações terão lugar na Igreja da Misericórdia no centro histórico de Aljezur entre os dias 23 e 29 de Maio.

Margarida Mestre diz-nos: “Corações ao alto é um conjunto de peças vocais construídas originalmente a partir da experiência da escuta de celebrações religiosas que se praticam na cidade de Lisboa - cristianismo, judaísmo, islamismo, hinduísmo, sufismo.
Margarida Mestre, a criadora das peças e orientadora do coro, foi assistir a essas práticas e depois, com muito cuidado e sentido musical, foi construindo com o grupo de participantes a partitura musical de originais que compõem as peças.
De forma geral não compreendemos as palavras mas sentimos como o som das vozes se propaga harmoniosamente no espaço e cada tema desenha a essência e a intenção de cada oração.Com esta peça queremos celebrar musicalmente esse encontro de culturas que tem maior expressão nas suas práticas religiosas.(…)”
“Corações ao Alto” teve a sua estreia em Setembro de 2013 no âmbito do Festival TODOS em Lisboa e foi reposto em Fevereiro de 2016 no programa VÃO, na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa.

Nota Biográfica
Margarida Mestre
Tem formação em Educadora de Infância (Esc. Sup. de Educadores de Infância Maria Ulrich), Sonoplastia (I.F.I.C.T.) e Dança pelo Fórum-dança (técnica e composição) e tem o Mestrado em Artes Performativas- Teatro do movimento - pela E.S.T.C. de Lisboa.
Tem orientado em Lisboa e noutras cidades do país diversos ateliers dentro da área do corpo e da voz resultante da sua investigação e prática como performer e da sua experiência de cruzamento entre as artes e a pedagogia. Tem sido uma das artistas convidada para o projecto 10X10 da Fundação Calouste Gulbenkian.
Após larga formação e trabalho de interpretação com coreógrafos nacionais e internacionais, foi bolseira em Nova Iorque onde estudou dança no Mouvement Research e iniciou a sua aprendizagem e experiência em redor do trabalho de voz marcadamente no laboratório LOOP do Voice Lab de Lynn Book, onde iniciou o seu trabalho de autoria em redor do corpo e da voz.
Trabalhou na área da orientação ou composição vocal com a coreógrafa Marina Nabais nas peças "Avesso" e "Por um rio"; na peça "Duas sem três" com a companhia Raiz di Polón; ou na peça "Íman" e “Força” (Companhia Maior) ambas de Filipa Francisco.
Tem desenvolvido um trabalho de Criação Artística na área da VOZ/CORO junto de comunidades específicas tais como: o "Coral Bestial" em Viseu; o Grupo de Cantares de Espinheiro, Alcanena; a peça "Oxalá", criada no âmbito do Festival Circular em Vila do Conde (com 6 concertinistas e um grupo do CORPO); a Palestra/Concerto: "Alento" em Ferreira do Alentejo; a proposta "Corações ao alto" a partir de sonoridades de várias religiões, integrado no festival TODOS, 2013, em Lisboa; ou ainda o “Recital Popular”, Festival Silêncio, 2015.

Estudou voz com Shelley Hirsch e Lynn Book (ambas em N.Y.), David Moss, Japp Blonk, Miriam di Palma, Valérie Marestin, Amélia Cunni, Nona Hendrix, Chris Mann, Michiko Hirayama no Institute for the living voice e com Phill Minton no “Pheral Choir”- Festival CO-Lab, Porto. Em 2008 participou no Workshop intensivo de 3 semanas: "The creative voice" orientado por Kaya Anderson, Susanne Weins, Albino Bignamini e David Goldsworthy, no Roy Hart International School, Malerargues, França. E em 2010, no mesmo local, participou no workshop de Jonathan Hart Makwaia e Rosemary Quinn.

Desenvolve um trabalho de pesquisa e experimentação em redor do cruzamento das linguagens do texto, corpo e voz.

sábado, 7 de maio de 2016

Floração Secreta | Xana 2016


Floração Secreta

Xana

30 Abril a 03 de Junho    

Ermida de N. Srª. de Guadalupe






Pinturas-esculturas, arquitectura, formas inéditas, cores brilhantes, recusa da evidência da representação, paisagens? Eficácia visual, objectos de plástico, coisas banais, produção, apropriação, sociedade de consumo, humor, jogo, destabilização, liberdade, felicidade, são palavras que podem ser “pedras de toque” na aproximação às obras que o artista apresenta no interior da Ermida (patente até dia 06 de Maio) e no exterior (patente até dia 03 de Junho).


A Passagem de Walter Benjamin é uma obra fragmentária constituída por inúmeras citações, trechos de livros, entre outras coisas. Neste pequeno texto sobre a intervenção que o artista plástico Xana apresenta na Ermida de N. Sra. de Guadalupe recorro, à maneira de W. B., a um conjunto de citações na tentativa de apontar possíveis leituras para a sua obra e em particular para esta intervenção.

“A arte é algo para que se olha” (art is something that you look at) afirma inicialmente Judd. George Didi-Huberman no livro “O que nós vemos, o que nos olha” afirma a propósito da obra de Donald Judd: ”Eliminar toda a forma de antropomorfismo era restituir o poder intrínseco das formas – dos volumes enquanto tais. (...)”( pág. 38). (...) Diz-nos ainda que Robert Morris reconhecia de bom grado “que a simplicidade da forma não se traduz necessariamente numa igual simplicidade da experiência; e acrescentava: as formas unitárias não reduzem as relações. Ordenam-as”. (pág. 38 e 39) “E até as complicam ao ordená-las” afirma Didi-Huberman (pág. 39).
Nas intervenções fora do espaço da galeria que Xana realiza em Barcelona, o Arco do Triunfo, Areia Para Os Olhos, em várias praias do Algarve, no âmbito do Allgarve, Uma Casa no Céu, no Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha, há objectos de plásticos de cores fortes, fabricados em série, objectos de consumo empilhados que criam espaços, formas arquitectónicas, muralhas, muros, paredes, pontes. Uma forma de brincar a sério em que o artista parece apontar para possíveis questionamentos sobre o exercício da liberdade nas formas de convivência com os outros, sobre a construções de utopias e a tentativa da sua realização no presente,
(que não sendo reactivadas e actualizadas continuamente poderão pôr em causa esta mesma liberdade), ou ainda sobre a existência ou a necessidade de caminhos de fuga.
Em 2005, Xana apresentou na Culturgest uma exposição antológica, comissariada por Alexandre Pomar e Lúcia Marques, intitulada “Arte Opaca e outros fantasmas”. No catálogo desta exposição há um conjunto de reflexões que importa citar e que talvez permitam levantar um pouco o véu sobre o universo da linguagem visual criado pelo artista:
“Estabelecera-se como característica forte do seu trabalho, desde muito cedo, uma indistinção de disciplinas ou géneros entre pintura e escultura que Xana deixou expressa numa fórmula feliz: “Não sou um escultor. Sou um pintor que usa cores compridas. (1984)” (pág. 04)
“As distâncias entre a obra isolada e o seu contexto de aparição pública, entre a produção própria e a montagem de objectos apropriados (objectos encontrados no universo do consumo de massas: os plásticos utilitários), entre a obra plástica autónoma e a criação ou transformação de lugares iriam ser subvertidas em exposições ou instalações cada vez mais vastas onde todas as pinturas-esculturas, as construções com objectos e as intervenções nos espaços surgiam reconfiguradas como uma obra global – mais do que cenário, a construção de um mundo.” (pág. 4 e 5)


“Atenção que as minhas obras vão surgindo como uma construção, as obras de ontem são os alicerces de amanhã. E às vezes há uma grande distância entre o pensar e o fazer.”-“avisa-me ele numa troca de emails.” (pág. 6)


(...) ele ocupava desde o início um território despreocupadamente “abstracto” e declarava-se interessado em produzir uma arte pura, muito mais perto da música do que da linguagem verbal (...).” (pág. 6)
“As formas (...) recusavam outra vez com evidência a representação ou a referência a objectos prévios e viam-se como acto criativo lúdico, gratuito, festivo”. (pág. 10)
“Eram um jogo feliz de procedimentos construtivos, formas inéditas e cores brilhantes que no final da década de 80, em contraciclo com novas estratégias que privilegiam questões de sentido e programa, persistiam no desenvolvimento de proposições de pura eficácia visual.” (pág.10)
“ (...) as disposições provisórias de objectos de plástico, alinhados ou empilhados em construções de maior ou menor porte, podia ser vista em si mesma como escultura de um novo tipo, que radicalizavam (pela sua banalidade de objectos de consumo corrente, não sofisticados e pela multiplicidade exponencial) outras formas de apropriação neo-pop – (...) podia relacionar-se com o interesse estético pelos objectos de consumo de massas reactualizado por Jeff Koons, Haim Steinback e outros.” (pág. 13)


“Xana declarava: Depois de Warhol, o senso comum admite que os objectos mais banais têm um valor plástico. (...) Quando eu trago os plásticos para dentro da exposição, já não tenho a intenção de provocar escândalo; apenas estou a dizer que gosto destes objectos, que estes objectos me interessam e que tem a ver com o meu mundo”. (pág.13 e 14)


João Pinharanda a propósito de outra exposição – O Falso Diário de A. B. – afirma:“Sobrepondo realidades diversas (pequenos filmes, fotos, desenhos, curtas animações, frases marcantes). Xana prolonga experiências fotográficas de 2003 e parece proceder à depuração de um conjunto de vastas colagens (de 1985, série "Raspar as palavras") (...).
Assim constituiu um arquivo de olhares banais sobre coisas banais, de momentos de alegria fútil nos convívios sem história entre amigos ou de voyeurismos sem consequências. Um arquivo de imagens nauseantes da sociedade de consumo, paisagens devastadas pela urbanização, paródias à massificação da cultura.
A intervenção dos seus desenhos nas imagens filmadas e nas fotos mantinha o marcante carácter de surpresa e contradição cromática e formal, humor e desestabilização. Do mesmo modo, certas frases (com efeito semelhante às que usara nos anos 80 em pequenas colagens de jornal) regressam como legendas finais constituindo comentários que integram inteligência verbal e inteligência visual   — formas e  ideias sobre a felicidade e a nostalgia, a perdição e a salvação do mundo. (...) ”
Susana de Medeiros


O ciclo Derivas Continentais (Artes Visuais/Artes Performativas) é um projecto de Susana de Medeiros e Conceição Gonçalves integrado no programa DiVaM e organizado pela Associação Tertúlia (Aljezur).






CURSO DE NOÇÕES DE ESPECTÁCULO - ADIADO

INFORMAÇÃO

O curso de Noções do Espectáculo com Paulo Abrantes foi adiado, começando no dia 14 de Maio e não dia 07. O adiamento tem a haver com um problema com o equipamento técnico, Pedimos desculpa pela comunicação ser tardia.

Um bom-fim de semana,
A Direcção da Tertúlia.